Um jeito de amar meio capricorniano de ser
Nascer do sol - Manet
Para quem anda acompanhando meus escritos, já devem ter sacado que adoro essa coisa de autoconhecimento e acho a astrologia uma ferramenta poderosa para isso. A estudo, assim, meio despretensiosamente, desde sempre. A entendo como um tipo de identidade que pode nos ajudar em diversos processos. Principalmente, entender como somos, nos aceitar e transmutar o que pode ser transformado.
Se há vidas além dessa, devemos vir por aqui repetidamente por algumas razões. Amadurecer, sermos melhores e mais amorosos, talvez, seja uma das principais. Uma dica para quem curte a astrologia além do convencional é estudar astrologia cármica. Onde está seu nodo norte e nodo sul pode te dizer muito dos desafios a serem superados nessa vida. Quando descobri esse negócio e diante de tudo que vivenciava, fez todo sentido. Me ajuda sempre a pensar para qual direção seguir.
Além de leonina forte, despirocada e ansiosa da lua em loucura chamada Áries, me sinto muito capricorniana. Um ser bem da terra. Esforço e trabalho, perfeccionismo no que faço, determinação, tem tudo haver. Sou uma cabrinha que sobe muitas montanhas, mas nem sempre com tanta paciência. Faço uns dramas e escândalos no meio do caminho . Afinal, há também muito fogo em mim. Mas tenho ascendente em capricórnio, marte em capricórnio, Vênus em libra, porém na casa 10 que é o meio do céu e a casa de capricórnio.
A forma como amamos tem muita ligação com o planeta Vênus. Sempre me achei meio fria, apesar de extremamente afetuosa e cheia de um amor intenso e passional. Não sou de me apaixonar com frequência. Preciso de um certo acontecimento. Uma coisa meio mágica. Às vezes, pode ser ao primeiro olhar. Às vezes, só com o tempo. Em segredo, sempre invejei amigas com habilidade de encontrar uma nova paixão e se entregar a cada esquina. E não falo das que fazem isso através de um lugar de falta não. Das que conseguem, de verdade, mudar mais facilmente de rota. Nunca fui assim. É o meu jeitinho.
Hoje tenho entendido que não sou fria por, por exemplo, não corresponder a algumas investidas. Por precisar do meu tempinho para compreender o que sinto. Tempo para conhecer, para perceber, para solidificar. Para entender o que, realmente, quero. O amor capricorniano pode ser em partes muito mal interpretado como frio porque ele é analítico, precisa de estrutura e segurança para florescer. Vai naturalmente buscar alguém que admire para além do belo. Vai se apaixonar por talento, força de trabalho, capacidade de colocar no mundo suas criações. Um amor que possa ser sólido em muitos sentidos.
Pessoas com essas características vão ser sim extremamente amorosas. Porém, com um amor mais seletivo e muito (a parte ruim) apegado. Para quem ama num estilo capricorniano de ser, dar adeus - uma das coisas mais necessárias de aprendermos - é difícil. Guardo meus amores numa sacola porque eles sou eu escrevi meio poeticamente uns meses atrás. Posso, em algum lugar até parecer fria ou distante, mas sou muito apegada. Quando amo, quase nunca deixo de amar. Só transmuto o modo.
Aí veja você, Vênus em libra tem a maior fama de piranhice, de ser meio poliamor e conquistadora serial. Não que não seja tudo isso também. Mas um amor capricorniano é completamente oposto. É bem família, monogâmico, casamento como uma escolha para vida toda. Até hoje nunca casei. Até já tive uma vida de casada. Só não considerava casamento. Não tinha ainda certeza. Quando pensei em formalizar, uma vozinha interna me dizia: esse, talvez, não seja seu parceiro de vida. E, obviamente, essa vozinha estava certa. Ela - a minha mente, no caso - estava analisando todos os movimentos e julgando.
Separar foi difícil, afinal: apegada. Mas separei, me apaixonei outras vezes mais. Não tantas vezes mais, mas sigo me apaixonando. Com muita observação, com muita percepção do que me cabe, do que não me cabe. De como me sinto, do que minha vozinha me fala a cada momento. Vai, investe. Não, vaza. Fica, mas fica de uma forma menos convencional. Ama, ama muito, se relaciona, mas não casa. Esse não tem habilidades para ser sócio na empresa chamada vida.
Moro dentro de muitas contradições ou, talvez, não sejamos em nada linearidades. Sou desapego e o amor mais ciumento e apegado. Gosto de liberdade e quero alguém para segurar minha mão e dormir agarradinho. Posso, muitas vezes, não ser rápida para me jogar em algo. Preciso de segurança. De estrutura. De me sentir amada. Da minha vozinha dizendo é esse. Vai, confia. Uma forma de amar capricorniana busca por um amor certeza. Não perfeição porque isso não existe. Apenas a certeza vinda do fundo do coração. Assim poderá ser profundo, fiel e devotado como gosta de ser.