Você tem confiado no fluxo da vida?

Maça borboleta - Vladimir Kush

Sempre fui boa nesse argumento de que precisamos confiar no fluxo da vida. Muitas vezes, em agonias de falta, de desejos não correspondidos, esqueci. Fiquei insistindo onde não devia. Mas essa máxima é sempre certa, “se não está fluindo é porque não tem que ser”. Isso vale para tudo. Paqueras, relacionamentos, trabalho, rolês. 

Não insistir em algo requer um esforço danado, temos a ilusão de controle. De que podemos fazer dar certo. De que podemos manipular a vida de acordo com nossa percepção do que deveria ser. E a gente não sabe de tudo. É preciso confiar. Só confiar.

Outro dia assisti um vídeo massa. Um rapaz falava da diferença da intuição e da paranoia. A gente costuma confundir, né?! Ele explicava: a intuição é suave, ela costuma mostrar o caminho uma vez e de forma sutil, temos que estar ligados para perceber; a paranoia não, a paranoia costuma ser barulhenta, fica pipocando de forma chata e insistente na nossa cabeça. Normalmente, ela diz justamente para não seguir o fluxo. A paranoia está conectada com o controle. Com medo.

Uma habilidade para aprendermos ou melhorarmos nesse novo ano é justamente a de acreditar nos caminhos da vida. Se algo não está fluindo, não insistir. A nossa intuição está sempre nos dizendo isso calmamente. Seguir o coração, por tudo que nos foi ensinado, por todos nossos medos, é difícil. Outro portal de sabedoria para mim são nossos quereres. Costumo dizer que os quereres são nossas deusas e deuses interiores. Eles apontam para onde devemos ir. É mesmo um processo aprender a confiar.

Muitos textos espirituais costumam falar que nós, mulheres, temos muito mais habilidades intuitivas do que os homens. Fico um pouco na dúvida se somos mais habilidosas pelas nossas composições energéticas, biológicas ou se é pelo modo como vivemos em sociedade. Tudo aquilo que representa ser mulher. As construções de gênero que venho comentando tanto. A intuição é uma habilidade de todes, em minha percepção. Porém, os homens são mais travados. Com a intuição, com os quereres mais genuínos. De modo geral, todos precisamos melhorar.

Me conta: quantas vezes sua intuição te apontou para um caminho e você foi para outro simplesmente por medo, por apego, por achar que não poderia caminhar? E quantas vezes isso acabou dando errado? Escutar minha sabedoria interior, me desfazer de medos e crenças que nem são originalmente minhas tem sido caminhos que tenho trilhado. Quanto mais consigo permanecer nessa estrada, mais acesso a coisas boas tenho tido. Mais paz tenho alcançado.

Foi minha intuição que disse para trazer essa reflexão hoje para vocês. Esse ano para mim foi profundamente transformador. Além de muitas coisas incríveis, acessei meu interior, meus medos e traumas de modo intenso. Com isso, queria apenas me colocar na minha trilha. No caminho que eu queria traçar. Talvez, por isso, tenha conseguido construir tantas trocas, tantas conexões, tantos contatos tão lindos nas ruas, nos aconchegos de amor no espaço físico e virtual. 

Além de desejar todas as coisas lindas e clichês para vocês, desejo que todas possamos acreditar e seguir em nossa caminhada. Além do papo gratiluz e de todos os desafios por vezes paralisantes (esses últimos anos que o digam), há muita beleza na vida, em estar aqui e agora, em caminhar. Em nós transformar pouquinho por pouquinho. Que em 2023 a gente possa ser cada vez mais nós. Que possamos viver com segurança e certezas nossas mais genuínas vontades. Que possamos confiar no fluxo. O universo é sábio.

*ps: para quem me lê toda segunda por aqui, vou dar uma pausinha de respiro. Dia 23 de janeiro estou de volta. Um beijo para vocês e uma linda virada.


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